Sinopse: O filme conta a história de uma
criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Ishaan Awasthi, de 9
anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e
corre o risco de repetir de novo. As letras dançam em sua frente, como diz, e
não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas
na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de
sensibilidade. Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai
do garoto decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião
alguma. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser
uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do
irmão mais velho, da vida… e a filosofia do internato é a de disciplinar
cavalos selvagens. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em
cena e logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan. Não
demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva
a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido
sua réstia de luz e vontade de viver.
Segundo Jung, ”Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida.”
Compartilho aqui minha intensa emoção ao assistir este
filme magnifico. Como professora alfabetizadora me emocionei ao identificar
nitidamente como é importante a presença de um profissional sensível, mobilizado por suas
emoções. Um profissional capaz de
resgatar através da arte uma vida, auxiliando na superação de traumas e
dificuldades, promovendo as habilidades e melhorando a qualidade de vida do
outro.
Fotos de uma aula de dançaterapia que realizamos uma dinâmica de "Estátua em Movimento" utilizando balões; so para que você possa entender uma pouco sobre esta atividade a regra era, encostar uma parte do seu corpo no balão da colega e posicionar o seu balão em uma parte de seu corpo!!
Dançar é uma forma maravilhosa de expressão, nos faz desafiar o corpo, eliminar toda energia acumulada e renovar nossas capacidades físicas e mentais!
"Dançar a vida não seria, antes de tudo, tomar consciência de que não apenas a vida, mas o universo é uma dança, e sentir-se penetrado, fecundado por este fluxo de movimento, do ritmo, do todo?"
Muitas
vezes é difícil de se falar nessa etapa da vida, por ser associado à morte, é
muitas vezes negado de diferentes formas.
Conceituar
essa etapa da vida é difícil, pois a velhice se define como processo de envelhecimento,
e sendo assim está diretamente ligado com a cultura e ao tipo de sociedade.
Conforme
dados em 2025 seremos a sexta população com o maior número de idosos do mundo,
e por projeções feitas estaremos com mais de 32 milhões de pessoas acima de 60
anos.(IBGE,2002)
A
forma de cada pessoa envelhecer depende de vários fatores : condições sociais,
culturais, econômicas, físicas, e características individuais de personalidade.
A influência dos hábitos pessoais e a herança genética também podem intervir na
vivência do envelhecimento.
Coube
a Psicologia Analítica a proposta de uma mudança profunda na visão dos
mecanismos inerentes ao envelhecimento. Em relação à velhice, Jung afirmava que
os últimos anos são preciosos para se fazer uma revisão da vida e para reparar
erros, e, portanto, a vivência dessa etapa era fundamental para o
desenvolvimento pleno da personalidade.
Com
aumento da expectativa de vida – deveria estar acompanhando uma evolução na
expectativa da saúde.
A
realidade, porém, nos impõem um grande desafio, que é transformar esses ganhos
em beneficio para a sociedade, superando estigmas, exclusões e descaso. É
imprescindível que se revise o conceito de cuidar daqueles que necessitam ser
cuidados em razão da fragilidade, doença ou senilidade.
Envelhecer
não significa adoecer, mas na idade avançada o desenvolvimento de agravos é
mais frequente como o aumento das doenças crônicas que podem levar a
deficiência física, funcional e psicológica.
Devido
a vários fatores as famílias procuram por instituições (ILPI) prestadoras de
serviços a esta clientela. Esta realidade conduz a outras formas de atenção e
cuidados, muitas vezes as práticas de cuidado ao idoso acabam por criar um
cotidiano esvaziado de significado e bastante empobrecido. Ex. pacientes ficam
o dia todo assistindo televisão.
Para
Boff (1999), cuidar é mais que um ato, é uma atitude de compromisso, de
responsabilidade e de interesse genuíno pelo outro. Cuidar pressupõe colocar-se
ao lado do sujeito, interessar-se pelo seu desconforto, sua fragilidade e seu
sofrimento, cuidar de seus demônios e anjos interiores, tudo isso implica em
uma atitude ética e uma convivência em solidariedade, compressão, compaixão e
amor.
Todo
ser humano busca se tratar pela própria vontade de sobreviver.
Então
a atitude de cuidar surge da criatividade humana, da sensibilidade diante das
trocas com outrem e das condições naturais da capacidade pessoal não só de
gerar novas situações, mas também de executar uma ação.
Para
Ostrower (1996) cuidar pode ser entendido como um processo criativo que abrange
a capacidade de compreender, relacionar, ordenar, configurar e significar ou
modo a redimensionar nossa consciência (Lohorgue).
A
arteterapia é uma proposta terapêutica apropriada para a intervenção junto ao
idoso, é uma alternativa de cuidado.
Possibilita
atividades de conforto ao ser humano que se encontra em condição de fragilidade
e sofrimento. A arteterapia está direcionada a todosque se interessam pela busca do bem-estar,
como umareflexão do desenvolvimento da
personalidade, das relações sociais e da solução de conflitos.(
Urrutigaray,2004).
Pode
ser usada em geriatria e gerontologia como suporte terapêutico, a fim de
estimular a criatividade, permitindo a descoberta de uma nova socialização e o
restabelecimento da confiança.
A
arte facilita a expressão de alguns processos internos pela presença do
material entre o terapeuta e o idoso. O uso da arteterapia com pessoas da
terceira idade tem sido registrado por Acosta (2003),quando relata as
transformações ocorridas com pessoas institucionalizadas, visto que a pessoa
sai da posição incômoda de perceber-se como inútil e passa a se ver como alguém
que cria, esta terapia leva ao autoconhecimento e à autoconfiança, promoção da
saúde e do bem-estar, é essencial para o idoso.
O
exercício de arte num espaço-tempo terapêutico e lúdico facilita múltiplos
modos de se expressar e comunicar, transformar o ambiente e o humor da pessoa, ajudando
na recuperação de sua saúde.
Arteterapia e ludicidade podem atuar juntas no
tratamento da dor, do desconforto, da rigidez, da inércia, promovendo qualidade
de vida, espontaneidade e conforto, acolhendo o ritmo de cada um ao manifestar
seus conteúdos internos.
Assim
os benefícios físicos e mentais do uso da ludicidade no trabalho com idoso,
envolvendo atividades físicas, recreativas e socioculturais, dentre estes
benefícios se destaca uma vida com mais qualidade e autonomia, aumento no nível
de percepção da corporeidade, melhora autoestima e da autoconfiança, maior
agilidade nas tarefas diárias, redução no uso de medicações estimula alegria
restituindo a motivação pela vida.
É
sempre tempo de aprender e de ver a vida do melhor ponto de vista. É preciso se
permitir a criação, alegria e as surpresas das descobertas.
Viver é uma arte, e nem todas as pessoas
percebem isso, você precisa estar aberto e principalmente sensível para
conseguir observar a arte que está em volta de você, que aparece em pequenos
gestos, na natureza, no movimento, na música enfim, ela está presente o tempo
todo, basta utilizar seus sentidos para percebê-la e admirá-la.
Gosto de arte desde que me conheço por gente, fico
deslumbrada principalmente com a dança, a movimentação corporal que acompanha
um ritmo, que faz pulsar todo o ser, que impulsiona seus segmentos corporais,
que irradia energia, que desperta o espírito livre, que explode em felicidade...
É muito bom apreciar a arte em todas as suas
manifestações e formas, mas é muito melhor criá-la, fazer parte deste processo,
construir, moldar, dançar, cantar, pintar, enfim, utilizar nosso próprio
instinto para criar algo novo, belo, original.
E quando você consegue trazer a arte para sua
vida, apreciar as pequenas manifestações diárias, utilizar sua criatividade
em suas obrigações, criando novas formas de cumpri-las, com certeza tudo fica
mais bonito, mais leve, e você muito mais feliz!
É dessa forma que me benefício da arte, utilizo
principalmente a música diariamente pelo máximo de tempo possível, o que
influência beneficamente meu humor, meu trabalho e as pessoas que convivem
comigo.
A memória é a gaveta dos guardados. Nós somos o que somos, não o que
virtualmente seríamos capazes de ser.
Minha bagagem são os meus sonhos. Fui o poeta das ruas, das vielas
silenciosas do Rio, antes que se tornasse uma cidade assolada pela violência.
Sempre fui ligado à terra, ao meu pátio.
No Rio Grande do Sul, estou no colo da mãe. Creio que minha fase atual, neste
momento, em 1993, reflete a eterna solidão do homem.
A obra só se completa e vive quando expressa. Nos meus quadros, o ontem se
faz presente no agora. Lanço-me na pintura e na vida por inteiro, como um
mergulhador na água. A arte é também história. E expressa a nossa humanidade.
A arte é intemporal, embora guarde a fisionomia de cada época. Conheci em
Paris um escultor brasileiro, bolsista, que não freqüentava museus para não
perder a personalidade, esquecendo que só se perde o que se tem.
Cada artista tem seu tempo de criação. É dificil saber quando começa a
gravidez e quando se dá o parto. Há pintores que são permanentemente prenhes,
parindo ninhadas, como era o caso de Picasso. Eu, antes de iniciar a viagem -
o quadro -, consulto minha bússola interior e traço o rumo. Mas quando estou
no mar grosso, sempre sopra um vento forte que me desvia da rota
preestabelecida e me leva a descobrir o novo quadro.
Todo criador é um Pedro Álvares Cabral. A lenda chinesa ensina que a
espontaneidade - Tchuang-tseu desenhou um siri num abrir e fechar de olhos -
exigiu de Tchuang-tseu anos e anos de aprendizado e observação da natureza,
que, como se sabe, é a fonte do conhecimento. O exemplo do mestre chinês foi
há muito esquecido pelas gerações. Hoje, predomina a pressa...
Viver é andar, é descobrir, é conhecer. No meu andarilhar de pintor, fixo a
imagem que se me apresenta no agora e retorno às coisas que adormeceram na
memória, que devem estar escondidas no pátio da infância. Gostaria de ser criança outra vez para resgatá-las com as mãos. Talvez tenha
sido o que fiz, pintando-as.
As coisas estão enterradas no fundo do rio da vida. Na maturidade, no ocaso,
elas se desprendem e sobem à tona, como bolhas de ar. Como se vê, a criação
se faz com o agora e com o tempo que recua. O pintor cria imagens para
expressar seus sentimentos. Estes podem ser do real ou formas abstratas,
pouco importa. Creio que sua criação e duração na obra do artista são
determinadas pelo subconsciente.
A memória é agaveta dos guardados, repito para sublinhar. O clima de meus
quadros vem da solidão da campanha, do campo, onde fui guri e adolescente. Na
velhice, perde-se a nitidez da visão e se aguça a do espírito. A memória pertence ao passado. É um registro. Sempre que a evocamos, se faz
presente, mas permanece intocável, como um sonho. A percepção do real tem a
concreteza, a realidade física, tangível. Mas como os instantes se sucedem
feito tique-taques do relógio, eles vão se transformando em passado, em
memória, e isso é tão inaferrável como um instante nos confins do tempo.
Escrever pode ser, ou é, a necessidade de tocar a realidade que é a única
segurança de nosso estar no mundo - o existir. É difícil, se não impossível,
precisar quando as coisas começam dentro de nós.
Em verdade, não sou um admirador das coisas que faço. Não sou uma pessoa
extasiada com seu fazer, como se eu merecesse um pedestal. Essa decantação da
forma em muitas águas, tanto nas palavras como nas linhas, na pintura, é uma
depuração, uma síntese que leva ao que chamo uma "transfiguração"
situada além da aparência. Importante é encontrar a magia que existe nas
coisas, na vida. Do contrário, seria apenas um testemunho visual de um
fenômeno ao alcance de qualquer um.
Não há um ideal de beleza, mas o ideal de uma verdade pungente e sofrida que
é a minha vida, é tua vida, é nossa vida, nesse caminhar no mundo. Sou impiedoso e crítico com minha obra. Não há espaço para alegria. Acho que toda grande obra tem raízes no sofrimento. A minha nasce da dor. Das
minhas raras alegrias, uma me vem à mente: criança, aguardo ansioso a chegada
do trem que traz a Bua (01).
Entendo que a vida é uma caminhada. Os ciclistas de meus quadros são
caminhantes, no fundo, sem meta. São seres desnorteados. No andar do tempo,
vão ficando as lembranças: os guardados vão se acomodando em nossas gavetas
interiores. Como temos cicatrizes! A vida foi nos causando essas feridas que
nos acompanham até o fim. Nós somos como as tartarugas, carregamos a casa.
Essa casa são as lembranças. Nós não poderíamos testemunhar o hoje se não
tivéssemos por dentro o ontem, porque seríamos uns tolos a olhar as coisas
como recém-nascidos, como sacos vazios. Nós só podemos ver as coisas com
clareza e nitidez porque temos um passado. E o passado se coloca para ajudar
a ver e compreender o momento que estamos vivendo.
O momento é cheio de uma totalidade. Somos alguém envolvido pelas coisas,
envolvido pela água, envolvido pelo vento, pelos componentes físicos. O que
me prende não é a nomenclatura dos elementos mas o próprio envolvimento. As
coisas são assim: encontramos a última palavra, elas se acabam. Quando eu
quero me ver livre, expressar tudo que tenho dentro de mim, lanço o quadro e
aparece a imagem. Mas a imagem continua sendo um enigma outra vez. Pensamos
que tudo apareceu revelado, e de fato se revelou: está visível, mas continua
o enigma. Eu apenas objetivei em forma o enigma que estava dentro. A
interrogação continua.
E a resposta não foi dada.
A vida dói... Para mim, o tempo de fazer perguntas passou. Penso numa grande
tela que se abre, que se oferece intocada, virgem. A matéria também sonha.
Procuro a alma das coisas. Nos meus quadros o ontem se faz presente no agora.
A criação é um desdobramento contínuo, em uníssono com a vida. O auto-retrato
do pintor é pergunta que ele se faz a si mesmo, e a resposta também é
interrogação. A verdade da obra de arte é a expressão que ela nos transmite.
Nada mais do que isso!
(Porto Alegre, 1993 e 1994)
(01) Bua: apelido de Juliana Burn, ama-de-leite do pintor.