quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E O SENTIDO DA VIDA


Muitas vezes é difícil de se falar nessa etapa da vida, por ser associado à morte, é muitas vezes negado de diferentes formas.

Conceituar essa etapa da vida é difícil, pois a velhice se define como processo de envelhecimento, e sendo assim está diretamente ligado com a cultura e ao tipo de sociedade.

Conforme dados em 2025 seremos a sexta população com o maior número de idosos do mundo, e por projeções feitas estaremos com mais de 32 milhões de pessoas acima de 60 anos.(IBGE,2002)

A forma de cada pessoa envelhecer depende de vários fatores : condições sociais, culturais, econômicas, físicas, e características individuais de personalidade. A influência dos hábitos pessoais e a herança genética também podem intervir na vivência do envelhecimento.

Coube a Psicologia Analítica a proposta de uma mudança profunda na visão dos mecanismos inerentes ao envelhecimento. Em relação à velhice, Jung afirmava que os últimos anos são preciosos para se fazer uma revisão da vida e para reparar erros, e, portanto, a vivência dessa etapa era fundamental para o desenvolvimento pleno da personalidade.

Com aumento da expectativa de vida – deveria estar acompanhando uma evolução na expectativa da saúde.

A realidade, porém, nos impõem um grande desafio, que é transformar esses ganhos em beneficio para a sociedade, superando estigmas, exclusões e descaso. É imprescindível que se revise o conceito de cuidar daqueles que necessitam ser cuidados em razão da fragilidade, doença ou senilidade.

Envelhecer não significa adoecer, mas na idade avançada o desenvolvimento de agravos é mais frequente como o aumento das doenças crônicas que podem levar a deficiência física, funcional e psicológica.

Devido a vários fatores as famílias procuram por instituições (ILPI) prestadoras de serviços a esta clientela. Esta realidade conduz a outras formas de atenção e cuidados, muitas vezes as práticas de cuidado ao idoso acabam por criar um cotidiano esvaziado de significado e bastante empobrecido. Ex. pacientes ficam o dia todo assistindo televisão.

Para Boff (1999), cuidar é mais que um ato, é uma atitude de compromisso, de responsabilidade e de interesse genuíno pelo outro. Cuidar pressupõe colocar-se ao lado do sujeito, interessar-se pelo seu desconforto, sua fragilidade e seu sofrimento, cuidar de seus demônios e anjos interiores, tudo isso implica em uma atitude ética e uma convivência em solidariedade, compressão, compaixão e amor.

Todo ser humano busca se tratar pela própria vontade de sobreviver.

Então a atitude de cuidar surge da criatividade humana, da sensibilidade diante das trocas com outrem e das condições naturais da capacidade pessoal não só de gerar novas situações, mas também de executar uma ação.

Para Ostrower (1996) cuidar pode ser entendido como um processo criativo que abrange a capacidade de compreender, relacionar, ordenar, configurar e significar ou modo a redimensionar nossa consciência (Lohorgue).

A arteterapia é uma proposta terapêutica apropriada para a intervenção junto ao idoso, é uma alternativa de cuidado.

Possibilita atividades de conforto ao ser humano que se encontra em condição de fragilidade e sofrimento. A arteterapia está direcionada a todos  que se interessam pela busca do bem-estar, como uma  reflexão do desenvolvimento da personalidade, das relações sociais e da solução de conflitos.( Urrutigaray,2004).

Pode ser usada em geriatria e gerontologia como suporte terapêutico, a fim de estimular a criatividade, permitindo a descoberta de uma nova socialização e o restabelecimento da confiança.

A arte facilita a expressão de alguns processos internos pela presença do material entre o terapeuta e o idoso. O uso da arteterapia com pessoas da terceira idade tem sido registrado por Acosta (2003),quando relata as transformações ocorridas com pessoas institucionalizadas, visto que a pessoa sai da posição incômoda de perceber-se como inútil e passa a se ver como alguém que cria, esta terapia leva ao autoconhecimento e à autoconfiança, promoção da saúde e do bem-estar, é essencial para o idoso.

O exercício de arte num espaço-tempo terapêutico e lúdico facilita múltiplos modos de se expressar e comunicar, transformar o ambiente e o humor da pessoa, ajudando na recuperação de sua saúde.

 Arteterapia e ludicidade podem atuar juntas no tratamento da dor, do desconforto, da rigidez, da inércia, promovendo qualidade de vida, espontaneidade e conforto, acolhendo o ritmo de cada um ao manifestar seus conteúdos internos.

Assim os benefícios físicos e mentais do uso da ludicidade no trabalho com idoso, envolvendo atividades físicas, recreativas e socioculturais, dentre estes benefícios se destaca uma vida com mais qualidade e autonomia, aumento no nível de percepção da corporeidade, melhora autoestima e da autoconfiança, maior agilidade nas tarefas diárias, redução no uso de medicações estimula alegria restituindo a motivação pela vida. 

É sempre tempo de aprender e de ver a vida do melhor ponto de vista. É preciso se permitir a criação, alegria e as surpresas das descobertas.

Assim, viver criativamente é viver com saúde.

 

 

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